14.06.2021

Onça-parda prenhe é flagrada pela primeira vez no Parque das Neblinas

As armadilhas fotográficas (camera trap) instaladas no Parque das Neblinas, reserva ambiental da Suzano gerida pelo Instituto Ecofuturo, registraram pela primeira vez uma onça-parda (Puma concolor) prenhe. O flagra da espécie em período de gestação é inédito na área, mas o animal já apareceu outras vezes na frente das lentes do Parque: passeando com filhotes, vocalizando, marcando território, arranhando árvores, entre outros registros.

O mamífero, que é o segundo maior felino das Américas, é classificado como Vulnerável (VU). Apesar de estar presente em todos os biomas, sua população encontra-se bastante reduzida: na Mata Atlântica, estima-se que haja apenas 1 mil indivíduos, segundo dados do ICMBio. As principais ameaças são a caça ilegal, a destruição de habitat e a ocupação humana desordenada. Por já ter populações naturalmente baixas e uma reprodução lenta, a perda de indivíduos causa grande impacto na sobrevivência da espécie.

A reprodução das suçuaranas, como também são conhecidas, acontece em média a cada 2 anos, e o período de gestação varia aproximadamente entre 80 e 100 dias, podendo dar à luz a até seis crias de uma única vez, embora o mais comum sejam apenas dois.  Ao nascer, os filhotes possuem manchas escuras que se mantém até o início da vida adulta. Além disso, são animais muito ágeis – conseguem saltar de alturas de até 5m – e, diferente de outros grandes felinos, como a onça-pintada, eles não esturram ou urram, sua vocalização está mais próxima a um miado.

“A onça-parda precisa de um amplo território para habitar. No Parque das Neblinas temos 7 mil hectares de Mata Atlântica em diferentes estágios de regeneração. Confirmar a presença da espécie prenhe é um indicativo de que seguimos pelo caminho correto nos trabalhos de restauração e conservação da área, pois além de ser um local próprio para sua circulação, é também um ambiente adequado para sua reprodução”, afirma Paulo Groke, Diretor Superintendente do Instituto Ecofuturo.

O registro foi possível a partir da gestão de 15 câmeras implantadas na reserva, um importante recurso para o registro e monitoramento da biodiversidade no Parque e, também, para contribuir com ações de fiscalização e conservação da área. Outros animais também já foram flagrados no local, como o gambá-de-orelha-preta, o gato-mourisco e a anta. A instalação e manuseio dos equipamentos são feitos pela equipe de guarda-parques do Ecofuturo. Para assistir ao vídeo, basta acessar o canal do Instituto no YouTube.