O Conselho Diretor do FSC (Forest Stewardship Council), organização internacional independente que atua na certificação e promoção do manejo florestal responsável, esteve no Brasil para um encontro da entidade, realizado na última semana. No sábado (6), após a conclusão do evento, membros do Conselho visitaram o Parque das Neblinas, reserva de uso sustentável da Suzano Papel e Celulose, gerida pelo Instituto Ecofuturo. Estiveram presentes representantes de nove países: Alemanha, Brasil, Canadá, Equador, Estados Unidos, Holanda, Malásia, Suécia e Uruguai.
Na área, localizada em Mogi das Cruzes e Bertioga, os conselheiros conheceram o trabalho de restauração e conservação da Mata Atlântica desenvolvido pelo Ecofuturo, considerado modelo por organizações ambientais nacionais e internacionais. Vale ressaltar que boa parte da Mata Atlântica do local foi altamente impactada pela produção de carvão nas décadas de 40 e 50. Hoje, dos 6 mil hectares da reserva, 5 mil encontram-se em processo de restauração e mais de 1.200 espécies da biodiversidade já foram identificadas no Parque.
Case do Parque das Neblinas
Desde 2002, o Ecofuturo utiliza técnicas de manejo florestal que otimizam a força da restauração natural da vegetação e fazem com que, gradativamente, a Mata Atlântica volte a ocupar o seu espaço. Uma das formas de impulsionar este processo foi a reintrodução da palmeira juçara, a partir da dispersão de 6 milhões de sementes no Parque.
O fruto da juçara atrai a fauna silvestre que, além de se alimentar, contribui para a dispersão de sementes não apenas da espécie, vital na dinâmica da Mata Atlântica, mas também de outras árvores. Essa estratégia favorece a redução dos custos da restauração da floresta nativa ao mesmo tempo que determina o surgimento de padrões vegetais mais parecidos com a mata original. A disseminação deste modelo para áreas que ainda tenham poder de resiliência deverá contribuir fortemente para o atingimento das metas de restauração assumidas pelo Brasil no Acordo de Paris sobre mudanças climáticas.