03 set

Deficiente é o ambiente : sustentabilidade e acessibilidade

“Não podemos falar em sustentabilidade sem falar de acessibilidade”, diz a deputada federal Mara Gabrilli, entrevistada da semana do blog Educação para Sustentabilidade. Nós concordamos em gênero, número e grau! Para ela (nós concordamos) “a sustentabilidade é um conceito que trabalha sob três pilares: social, econômico e ambiental. Mas, para colocar em prática todas essas frentes, de maneira que funcionem harmoniosamente no mundo, é necessário pensar primeiramente no responsável por toda essa engrenagem: o ser humano”.

Inspire-se nessa entrevista para (re)pensar a vida.

 

Nenhum mundo pode ser sustentável se não acolhe toda a diversidade presente entre e nos seres humanos. Como pensar uma vida acolhedora para todos?

A sustentabilidade é um conceito que trabalha sob três pilares: social, econômico e ambiental. Mas, para colocar em prática todas essas frentes, de maneira que funcionem harmoniosamente no mundo, é necessário pensar primeiramente no responsável por toda essa engrenagem: o ser humano. Neste sentido, não consigo pensar em uma sociedade sustentável quando não há cuidado com as próximas gerações e com aqueles que já fizeram parte dessa evolução.

Uma nação que se preocupa com o bem estar dos idosos, daqueles que já contribuíram para a vida de muita gente, irá não só projetar serviços e ambientes acessíveis, como terá consciência sobre as diferentes necessidades de cada ser humano. Respeitar o idoso, dando a ele a oportunidade de uma vida digna, é uma lição para que respeitemos o outro, independente de qualquer diferença. É a mais bela demonstração prática de uma sociedade que respeita o homem.

Quais exemplos práticos aplicados no Brasil pensam a sustentabilidade como algo além da economia verde e da reciclagem?

Um exemplo prático é a construção (ou revitalização) das calçadas da cidade de São Paulo, pela Prefeitura. A calçada é o que há de mais universal em uma cidade, pois serve de acesso a todos os moradores. Em todo o Brasil, a responsabilidade pela manutenção da calçada é do proprietário do imóvel em frente à calçada. Mas uma lei de minha autoria na cidade de São Paulo criou o PEC – Plano Emergencial de Calçadas, que permite à Prefeitura refazer as calçadas nas vias estruturais, onde existe grande circulação de pedestres e concentração de comércios e estabelecimentos de serviços. E uma calçada acessível contribui não só para um cadeirante ou um cego, mas para o idoso, uma mãe com carrinho de bebê, uma mulher de salto alto ou simplesmente um homem distraído.

Como professores e educadores sociais podem explorar esse tema em sala de aula pensando em seus alunos e na comunidade escolar?

Não podemos falar em sustentabilidade sem falar de acessibilidade. E, nesse sentido, é muito importante trabalhar o conceito da educação inclusiva. É preciso que os professores sejam capacitados para trabalhar com alunos com deficiência, que as escolas sejam fisicamente acessíveis e que o conteúdo didático seja acessível. Com tudo isso, teremos uma escola acessível, que contemple a diversidade. E uma criança que conviva com as diferenças desde cedo, com certeza, vai se tornar um adulto muito mais completo e humano.

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