07 fev
Como algoritmos contribuem para restauração da Mata Atlântica?
Os algoritmos, responsáveis, entre outras muitas coisas, por filtrar o conteúdo que você recebe nas redes sociais, por exemplo, agora podem ser usados a favor da Mata Atlântica. Um grupo de 25 pesquisadores de seis países (Brasil, Reino Unido, Austrália, EUA, Suécia e Polônia) desenvolveu um estudo que resultou em um novo software. A ferramenta, por sua vez, gera centenas de soluções que potencializam os esforços para restauração e conservação.
Liderado pelo brasileiro Bernardo Strassburg, economista e pesquisador da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), o trabalho – publicado na revista Nature Ecology and Evolution – chegou a um algoritmo que cruza dados de diversas áreas de regeneração da Mata Atlântica e identifica quais seriam as melhores alternativas para cada região e situação.
Em resumo, funciona assim: o software mapeia técnicas de restauração florestal e as combina a partir dos critérios de conservação da biodiversidade, mitigação de mudanças climáticas e otimização de recursos. Isso permitiria, por exemplo, evitar a extinção de 26% das mais de 2.800 espécies da flora e da fauna do bioma.
Outra funcionalidade é a identificação de modelos e locais mais assertivos para reservas legais, evitando a fragmentação de áreas protegidas. Como o algoritmo poderia, então, auxiliar? A legislação determina que o proprietário deve manter ao menos 20% da Mata Atlântica de sua terra. No entanto, pequenas áreas são menos eficazes do que uma faixa maior de floresta protegida – o que possibilita a formação de corredores ecológicos, além de proporcionar melhores condições para a biodiversidade.
Uma das soluções apontadas uniria a produtividade com a conservação: o financiamento, por parte do produtor, da manutenção de sua área de proteção em outros locais, uma alternativa prevista na lei, mas ainda pouco utilizada. Dessa forma, com a indicação de áreas mais apropriadas, favorece-se o aumento de contínuos de natureza protegida.
Ao aliar o uso da tecnologia à conservação do meio ambiente, o software já viabilizou o mapeamento de 362 soluções de conservação e há a possibilidade, inclusive, de ser replicado em outros biomas. Além disso, este pode ser um importante aliado para que o país alcance as metas estabelecidas no Acordo de Paris, que determina a restauração de 12 milhões de hectares em 20 anos, sendo 5 milhões na Mata Atlântica.
Achei o trabalho de vocês maravilhoso ,e o mundo precisa .
Olá, Ieda! Ficamos felizes em saber que gostou. Que tal conhecer um pouco mais sobre nós acessando o link: http://www.ecofuturo.org.br/projetos/? 😀
Seria uma maneira de manter a preservação ambiental com menos risco.
Olá, Glace! É necessário buscar alternativas que auxiliem na restauração da Mata Atlântica. Uma dessas opções é aliar o uso da tecnologia à conservação do meio ambiente. Grande abraço!
Gostaria de ser informado sobre a disponibilidade deste software!
Olá, José. Infelizmente ainda não há informações sobre a disponibilidade do software, pois ele acabou de ser divulgado à comunidade científica. Esperamos que ele seja disponibilizado em breve. ?
Por incrível que pareça, tava até conversando com meu Coordenador sobre isso, a ideia de criar algoritmos para estabelecer áreas com alto prioridade de recuperação, levando em conta não são a sua localização, mas principalmente a questão hídrica. Parabéns pela a academia e espero que tal software possa ser disponibilizado o mais rápido possível e posso ser melhorado mais aí ainda.
Olá, Murilo, tudo bem? Também estamos na torcida para que o software seja disponibilizado o quanto antes. ?