07.05.2024

Sagui-da-serra-escuro é registrado em trilha no Parque das Neblinas

Em um novo flagra feito pela equipe do Parque das Neblinas, reserva ambiental da Suzano gerida pelo Instituto Ecofuturo, é possível ver um vídeo inédito de saguis-da-serra-escuro (Callithrix Aurita). O registro foi realizado pelo monitor ambiental do Parque, João Custódio da Silva Neto, ao avistar um grupo de indivíduos na copa das árvores.

Classificado como “Em Perigo” (EN), o sagui-da-serra-escuro enfrenta como principais ameaças a perda de seu habitat natural e a hibridação com outras espécies de saguis, resultante da introdução de espécies de Callithrix de outras regiões, como o sagui-de-tufos-brancos (Callithrix jacchus), nativo da Caatinga, e o mico-estrela (Callithrix penicillata), devido ao tráfico de animais silvestres. Essa hibridação pode levar à perda das características genéticas e do fenótipo distintivo da espécie.

“É relevante destacar que esta é uma das 25 espécies de primata mais ameaçadas do mundo. A presença de animais com fenótipo puro neste habitat enfatiza a importância crucial do Parque das Neblinas para a proteção da espécie.”, afirma Fabiano Rodrigues de Melo, biólogo e professor da Universidade Federal de Viçosa (UFV).

O sagui-caveirinha, como também é conhecido pelo desenho da pelagem de sua face, é um animal de pequeno porte, que pesa em torno de 500 gramas e, geralmente, vive em pequenos grupos. Dessa vez o registro foi feito na Trilha das Antas, local de visitação em que não era comum avistar a espécie.

“O registro no Parque demonstra a importância de áreas de conservação para a proteção desses animais. Nosso papel é garantir a existência de florestas saudáveis que sirvam de abrigo e ofereçam as condições necessárias para que essa espécie, assim como outras, possa viver e se reproduzir”, ressalta Paulo Groke, diretor do Ecofuturo.

O Parque das Neblinas possui uma área de 7 mil hectares de Mata Atlântica e já registrou mais de 1.330 espécies no local, 41 delas com algum grau de ameaça e quatro novas para a ciência.

Confira o vídeo: