O Instituto Ecofuturo, organização sem fins lucrativos mantida pela Suzano, em parceria com o Departamento de Ecologia do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP), promove o desenvolvimento de uma pesquisa sobre abelhas nativas. O Parque das Neblinas e a RPPN Botujuru, reservas ambientais privadas geridas pelo Instituto e localizadas em Mogi das Cruzes, são campo de estudo para os pesquisadores. A iniciativa busca ampliar o conhecimento sobre essas espécies, que são importantes agentes polinizadores, e registrar as que habitam a região.
A pesquisa, liderada pelo zootecnista e Pós-Doutor pela University of Salzburg (Áustria), Guaraci Duran Cordeiro, e pela Profª Isabel Alves dos Santos, do Laboratório de Abelhas/USP, é uma expansão de estudos anteriores realizados pela mesma equipe no Parque das Neblinas. No entanto, esta é a primeira vez que também atuarão na Reserva Botujuru, na Serra do Itapeti. Os pesquisadores devem utilizar diversas metodologias para coletar o maior número de espécies, e o conhecimento levantado contribuirá para ações de conservação e, ainda, para o possível manejo sustentável visando a produção de mel e subprodutos. Atualmente, este grupo de animais enfrenta grande pressão devido à perda de habitat e ao uso excessivo de pesticidas.
“Pesquisas como esta são muito importantes para conhecer e preservar as abelhas nativas, pois esses insetos são excelentes polinizadores, ou seja, participam da reprodução da maioria das espécies de vegetais e auxiliam na promoção da biodiversidade na Terra”, afirma Cordeiro.
Em parceria com diversas universidades e instituições de pesquisa, o Ecofuturo apoia a produção de conhecimento científico. “Até o momento, mais de 70 estudos foram realizados no Parque das Neblinas e, devido a esses trabalhos, já conseguimos registrar 1.253 espécies na reserva, sendo 732 da fauna – incluindo três novas descobertas para a ciência. Além disso, o conteúdo desenvolvido é essencial para promoção do conhecimento sobre a biodiversidade da Mata Atlântica”, conclui Paulo Groke, diretor superintendente do Ecofuturo.
O Parque, com 7 mil hectares de floresta em diferentes estágios de regeneração, tem sua gestão fundamentada nos programas de pesquisa, manejo florestal, educação socioambiental, proteção, relacionamento comunitário e ecoturismo. Por sua localização, desempenha também um importante papel como zona de amortecimento para o Parque Estadual da Serra do Mar, maior contínuo remanescente de Mata Atlântica no País.