09.08.2019

Parque das Neblinas é campo para estudo sobre briófitas e abriga espécies raras

O Parque das Neblinas, reserva ambiental da Suzano gerida pelo Instituto Ecofuturo, é um dos campos de estudo para a tese de doutorado “Como a evolução dos sistemas sexuais se relaciona aos traços reprodutivos, à diversidade genética e à termotolerância em Fissidens hewd (Fissidentaceae, Bryopsida)”, desenvolvida pelo biólogo Wagner Luiz dos Santos para a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que analisa o grupo vegetal das briófitas, em especial, os musgos.

O objetivo da pesquisa é entender como a evolução dos sistemas sexuais do Fissidens, um gênero de musgo, está relacionado à reprodução, à diversidade genética e a termotolerância das espécies. Segundo o pesquisador, briófitas é um nome genérico destinado a três grupos de plantas que apresentam características semelhantes entre si – os musgos, as hepáticas e os antóceros. Eles foram os primeiros grupos a conquistarem o ambiente terrestre durante a evolução dos vegetais.

Entre as mais de 500 espécies de flora já identificadas no Parque das Neblinas, as briófitas apresentam alguns dos menores representantes em tamanho. Elas também são bioindicadoras de qualidade ambiental e removem poluentes da atmosfera e da água, além de algumas apresentarem propriedades medicinais.

“O Parque das Neblinas apresenta riqueza de espécies e, das já identificadas, inúmeras são consideradas raras. O trabalho de conservação ambiental realizado na reserva é fundamental para a maior diversidade de espécies e auxilia nos bons resultados colhidos pelo estudo”, afirma Santos. “As briófitas também servem como habitat para animais microscópicos e como substrato para o desenvolvimento de algumas plantas, como por exemplo, as orquídeas”, conclui o pesquisador.

Ao todo, são mais de 1.200 espécies da biodiversidade já identificadas nos seis mil hectares de Mata Atlântica da reserva e, dentre elas, 87 famílias botânicas. Para conhecer mais sobre a fauna e a flora protegidas na área, confira a publicação “A biodiversidade no Parque das Neblinas”, disponível gratuitamente no site do Ecofuturo.