O Instituto Ecofuturo participou, neste mês, de um curso promovido pelo Sesc sobre trilhas ecológicas com desenho universal, que possibilitam o acesso a áreas naturais para pessoas sem e com deficiência.
O evento foi realizado entre 4 e 9 de abril e reuniu cerca de 30 participantes, além da equipe do Sesc e consultores. No grupo, estavam representantes da comunidade, monitores ambientais locais, biólogos, engenheiros florestais, funcionários do Sesc, da prefeitura de Bertioga e da Fundação Florestal. O objetivo foi construir e compartilhar conhecimentos com profissionais que estão envolvidos com trilhas ecológicas, adicionando a estas a temática do desenho universal.
Por dois dias, o grupo esteve no Parque das Neblinas, reserva privada na Mata Atlântica, gerida pelo Instituto Ecofuturo, onde foram trabalhados conteúdos práticos e teóricos sobre planejamento, implantação e conservação de trilhas. Em uma das atividades foram simuladas algumas deficiências, utilizando cadeiras de rodas, vendas, muletas e tampões auriculares, para que as pessoas vivenciassem as limitações e refletissem sobre a questão da acessibilidade em trilhas interpretativas em ambientes naturais.
“O Instituto Ecofuturo participou do curso compartilhando sua expertise, mas também como ouvinte, aprendendo mais sobre acessibilidade. Esta experiência foi extremamente importante para analisarmos melhorias que devemos implantar no planejamento de trilhas em Unidades de Conservação”, disse o diretor de Sustentabilidade da instituição, Paulo Groke.
Após as atividades no Parque das Neblinas, onde o sistema de trilhas implantado serviu de referência para análises, os participantes realizaram atividades no Sesc Bertioga e na Reserva Natural Sesc, futura RPPN do Sesc, localizada na zona urbana do município e inteiramente inserida no bioma Mata Atlântica, protegendo áreas de floresta alta de restinga.
Desde o início da elaboração do seu Plano de Manejo, realizado em parceria com o Ecofuturo, estimulou-se a participação da comunidade científica e da comunidade do entorno, o que culminou, entre outras inciativas, na formação do Coletivo Educador de Bertioga e da Rádio Reserva. Para mais informações, visite: sescsp.org.br/reservantural.
Agora, para o desenvolvimento das estruturas de visitação da Reserva Natural Sesc, uma vez mais, vislumbra-se a participação da população do entorno para, em conjunto, realizar o projeto da primeira trilha interpretativa com foco no desenho universal. Pretende-se que a trilha propicie experiências significativas de contato com a natureza para pessoas com diferentes necessidades e deficiências.
Ao final do curso, os alunos identificaram os atrativos naturais do local e desenharam, de forma colaborativa, o traçado da primeira trilha da Reserva, que será implantada e deve ser aberta ao público até o fim deste ano. De acordo com Marido Cassiano, conhecido como “Saracura”, da Associação de Monitores Ambientais Locais de Bertioga – AMOLB, “este é um momento histórico onde, ao participar deste curso, estamos sendo convidados a fazer parte da RPPN do Sesc. Esta trilha será a primeira do litoral de São Paulo com acessibilidade e será um exemplo de cidadania, dedicação e respeito pelo ser humano”.